Muitas pessoas que sabem que trabalho com Coaching, Neurolinguistica e Hipnose me perguntam se isso não é só Pensamento Positivo.
Eu digo que não. Mas que também não é só Pensamento Negativo.
Pensamento positivo é focar a atenção na expectativa de que tudo pode acontecer pelo melhor e se sentir entusiasmado e mais focado nisso – no que pode acontecer de melhor. Tem seus méritos e costuma gerar bastante dinamismo interior; no entanto se uma pessoa só se focaliza no que é o mais otimista e positivo que lhe pode acontecer, muitas vezes não adota medidas suficientes de precaução contra imprevistos e acidentes.
Os que preferem o que chamam de “realismo” – mas que no fundo é um tipo de prática que poderíamos chamar de Pensamento Negativo – acreditam, por sua vez, que devemos investir o melhor possível em conhecer os riscos de cada situação e tomar todas as contramedidas e preparar todas as soluções de contingência – os chamados “planos B” – para o caso das coisas não darem certo. Desta maneira – alegam – as pessoas estarão mais preparadas para fazer o melhor e teriam mais êxito. A cultura ocidental é muito baseada no pensamento negativo. Aprendemos desde criança que não se deve errar, e que se deve tomar o máximo de cuidado possível. Inclusive a própria filosofia da ciência obteve sucesso nos ensinando a investigar as possíveis falhas do raciocínio.
No entanto só focalizar a atenção no que pode dar errado é praticamente garantia de um individuo desenvolver aversão total ao risco e uma completa falta de ousadia. E nunca arriscar provavelmente fará com que nunca se faça algo realmente novo.
Não há certeza de que tenhamos, alguma vez, todas as informações disponíveis e saibamos exatamente o quanto arriscar. Lidar com informações incompletas é algo rotineiro, seja em negócios ou na vida pessoal. Por isso, o que advogo é algo que chamo de Pensamento Diretivo. Diretivo porque direcionado para o sucesso.
Pensar de forma diretiva é primeiro focalizar a atenção no objetivo e se certificar de nosso total comprometimento com ele. É ter a certeza de que não nos contentaremos com algo menos. Também entender claramente se a descrição do objetivo conforme o fazemos é realista, é claro.
Por exemplo, não adianta pensar em “sucesso financeiro” como sendo pleno apenas quando nos tornarmos bilionários. Sob o ponto de vista realista, vale mais a pena aprendermos a apreciar cada etapa do caminho – cada centavo, cada real, cada milhão … Isto não é se contentar com menos, mas perceber que só conseguiremos nos motivar ao entendermos cada etapa como parte do caminho, ao invés de nos perdermos na impaciência de só esperar o momento final do alcance da meta para nos sentirmos gratos e felizes.
Pensamento Diretivo é pensamento direcionado. Isto é, manter o foco no objetivo e considerar como sinal de aprendizado e melhoria tudo o que acontece, seja algo que nos ensine a manter o que estamos fazendo (indicadores de sucesso) ou algo que nos ensina a pensar e fazer algo diferente (indicadores de melhoria).
As grandes mentes da Humanidade – cientistas, filósofos, estadistas – de certa maneira aprenderam a dosar o pensamento positivo – acreditando que é possível que as coisas dêem certo – com o pensamento negativo – cuidado e atenção com possíveis riscos e imprevistos no caminho. No fundo, praticavam o pensamento diretivo.
É por isso que vejo com tristeza esta tendência atual de apartar estes dois caminhos, como se fossem incompatíveis. Não o são. São as duas faces da mesma moeda e nenhum será totalmente eficaz sem o outro. Aprenda a usar as duas formas de pensar ao mesmo tempo – motivando-se com o Pensamento Positivo e avaliando-se com o Pensamento Negativo – e estará praticando a verdadeira arte do Pensamento Diretivo.
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